Ser e querer enfrentar o desafio de “ser” escritor. Não basta publicar um livro. É necessário escrever sempre, todos os dias. Aprimorar seus conhecimentos e a sua escrita. Usar corretamente a língua portuguesa, consultar um dicionário sempre que surgir dúvidas, ou o processador de textos chamar a sua atenção.
Escrever por escrever não vale a pena. Pela fama? Que fama? Eu não acredito em “cursinho” para ser escritor. Se existir dentro de você o desejo, o talento, o gosto pelas palavras... aí só depende de você.
De nada adiantará formação se não passar emoção para os seus escritos. O uso correto do idioma, concordância verbal e nominal e uma narrativa crua, sem sentido, repleta de buracos negros, não serve de nada. É melhor contratar um ghostwriter, que desenvolverá a trama que você imaginou.
Temos o contrário. Um texto que é um primor. Com uma narrativa envolvente e bem construída... e repleta de erros ortográficos e de concordância. À primeira vista você imagina que terá que cortar várias frases e até mesmo, parágrafos. E daí? Daí que, para isso, existe o revisor. É mais fácil. Para ambos os casos temos a leitura crítica, que avalia o enredo, a geografia, a história, a ficção, etc.
A maior dificuldade para os escritores brasileiros - os independentes, novos, sonhadores, poetas - é a aceitação do público brasileiro. Tudo fica restrito em torno de amigos e familiares. Mas escrevemos para todos os públicos.
Temos por aqui a política de que tudo que vem "de fora" é melhor. Prática retrógrada, mas muito usada. Às vezes, até os conhecidos, pessoas ocasionais, não estão nem aí para seu livro. Enquanto está escrevendo e comentando com os amigos, todos querem comprar o seu livro. Quando ele é publicado, você olha ao seu redor e os pretensos compradores sumiram. Ou inventam desculpas, muitos duvidaram de que você realmente escreveria um livro... Eu já passei por isso e conheço outros que viveram a mesma situação.
Li em um grupo uma garota falando sobre o interesse de uma editora em seu manuscrito. Só que ela deveria arcar com parte dos custos e, pelo que entendi, era seu primeiro livro e ela queria sugestões de como proceder. Foi logo desestimulada. Deveria publicar na Amazon, ou em algum site de autopublicação, deixar as editoras de lado.
Conformismo/Conformista, que no dicionário quer dizer: "Que se conforma com os usos estabelecidos, com as tradições; que aceita resignadamente. Indivíduo que, por oportunismo ou hábito, se conforma às situações e aos costumes vigentes."
Se nós escritores não valorizamos o nosso trabalho, quem o fará? Se temos medo de ousar, de investir? Quem o fará? De quem é a culpa? Se houver a possibilidade de arcar com os custos, faça-o. Invista no seu talento. Ser escritor não é para todos é preciso querer e fazer acontecer.
Nell Morato.
12/05/2016
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